A idade ideal para operar orelhas em abano
Crianças com orelhas em abano costumam ser alvos de piadas e chacotas na escola e não ficam despercebidas em lugar nenhum. Passar a infância sendo chamado de ‘Dumbo’ e outros apelidos pejorativos pode fazer muito mal para a autoestima de uma pessoa, especialmente aquelas em fase de formação. Assim, pais e educadores precisam estar sempre atentos para que os ofendidos sejam poupados do constrangimento que pode prejudicar o desempenho escolar e o relacionamento social. A otoplastia, cirurgia para correção de deformidades na orelha externa, é o caminho indicado. Geralmente, ela é realizada entre os 7 e 14 anos de idade, quando as orelhas já atingiram o tamanho definitivo. Adultos também podem se submeter à operação, mas por possuírem cartilagens mais rígidas, podem ocorrer recidivas em 15% dos casos. Mesmo nesses casos, a cirurgia pode ser refeita e oferecer mais benefícios do que prejuízos. Respostas às dúvidas comuns:
Quando as orelhas são consideradas fora do padrão?
As orelhas em abano se caracterizam pelo aumento do ângulo entre a orelha e o crânio. A medida padrão de espaçamento das orelhas varia entre 30 e 45 graus, ou seja, um espaço de até dois centímetros de abertura visto de trás. No entanto, pode ocorrer o apagamento da dobra mais externa da orelha, denominada de anti-hélice, o que produz uma abertura maior da parte superior da orelha.
O problema acomete os dois sexos?
Cerca de 5% das pessoas apresentam essa anomalia, encontrada mais frequentemente em meninas. Não se sabe qual é a origem do problema, mas é possível afirmar que a posição do feto no útero ou quaisquer outras dificuldades na hora do parto não são responsáveis pelo problema. Trata-se de uma malformação genética hereditária e podem ocorrer vários casos na mesma família.
Receitas caseiras funcionam?
Antigamente, alguns pais forçavam as crianças a usar toucas ou esparadrapos colados à cabeça na esperança de reverter o problema. Contudo, essas providências caseiras não funcionam, já que a orelha possui uma estrutura elástica. Mesmo depois de muito tempo dobrada em um sentido, ela volta à sua posição natural.
Qual o momento certo para a cirurgia?
Essa decisão deve partir da vontade do próprio paciente. O papel do cirurgião plástico é estabelecer o tipo de tratamento mais indicado para cada caso e explicar limitações e riscos. Também é preciso tomar cuidado para não fazer a cirurgia cedo demais, pois, conforme o crescimento da criança, o rosto se torna mais simétrico e a imperfeição pode até tornar-se sutil. Além disso, é fundamental que a criança demonstre insatisfação com a própria aparência. As orelhas proeminentes não costumam causar qualquer transtorno às crianças até os cinco ou seis anos. A partir dessa idade, as críticas começam a ferir. Os comentários dos coleguinhas, por exemplo, passam a ter um peso maior.
Como a cirurgia é realizada?
Em geral, o procedimento cirúrgico é feito por meio de um corte interno na pele atrás da orelha. Ela é então descolada da cartilagem e fixada na nova posição com pontos internos. A anestesia pode ser local ou geral. A escolha do método de anestesia, sempre em comum acordo com o anestesiologista, levará em consideração o tamanho da cirurgia, as condições clínicas, psicológicas e a idade do paciente.
É necessário ficar internado?
A otoplastia é normalmente realizada em caráter ambulatorial, com alta algumas horas após a recuperação da anestesia. O paciente vai para casa com um curativo e ataduras.
Como é o pós-operatório de uma otoplastia?
É possível ocorrer um inchaço maior nos primeiros dois dias, que gradativamente desaparece. Os pontos externos são retirados em até oito dias, quando então o paciente poderá retomar suas atividades normais. No entanto, o médico deverá observar o resultado final do tratamento durante pelo menos três meses, a fim de verificar se o resultado ficou satisfatório.
Fonte: Dr. Eduardo Consídera